Vírus da hepatite C facilita o transplante de fígado
Especial: Dia Mundial do Combate às Hepatites
Uma infecção viral e crônica pode não ser tão horrível no fim das contas. Pelo menos para pacientes que precisam ser submetidos a um transplante hepático. Nesse caso, o ardiloso vírus da Hepatite C se encarrega sozinho de deprimir o exército de defesa do organismo que recebeu o novo fígado, estratégia que pode se tornar estranhamente conveniente ao reduzir as chances de rejeição. Dessa forma, o transplantado ficaria livre da ingestão de fortes doses de imunossupressores, drogas que evitam a reação negativa ao órgão recebido. Especialistas alertam, porém, que, ainda assim, ser infectado pela hepatite C será sempre muito pior que manter o regime de medicamentos.
O processo é intenso, mas de entendimento simples. A ideia final sempre será garantir que o novo órgão não seja rejeitado. Para isso, o sistema imune do paciente precisa ser praticamente inativado, detendo o reconhecimento das células do doador como estranhas e, dessa forma, impedindo que elas sejam destruídas e o transplante fracasse. A pesquisa liderada por Felix Bohne, da Universidade de Barcelona, na Espanha, analisou o êxito de 34 transplantados de fígado e infectados pela hepatite C em se manterem sem a ingestão de imunossupressores. A terapia medicamentosa foi interrompida lentamente durante um período de seis meses até que os voluntários não tomassem mais os medicamentos. Como resultado, metade deles se manteve longe dos remédios permanentemente.
No artigo publicado na edição desta semana da revista científica Science Translational Medicine, Bohne detalha uma busca ainda mais profunda do processo que faz a infecção ajudar a derrubar a imunidade dos participantes. Ele e a equipe perceberam que a indução de tolerância ao órgão transplantado é associada à expressão de genes imunorreguladores específicos para a infecção por hepatite C. Dessa forma, descobriram que essa infecção não só impede o desenvolvimento da rejeição do fígado, como pode contribuir efetivamente para imobilizar as respostas imunes antitransplante.
“Nossos resultados desafiam a noção bem enraizada de que as respostas inflamatórias e a imunidade antiviral do hospedeiro são necessariamente prejudiciais para o estabelecimento de tolerância do enxerto”, aponta Bohne. Segundo ele, o processo acontece em contraste com o que teria sido previsto a partir de estudos experimentais em animais. “O desenvolvimento de tolerância operacional se deu na presença de vigorosas reações pró-inflamatórias induzidas pelo vírus da hepatite C detectável tanto no fígado como sistematicamente”, completa.
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