Pesquisadores descobrem que boas ações fazem bem à Saúde Mental
A intenção é ajudar o outro, mas há um benefício também para o voluntário. Segundo a pesquisa da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, a experiência reduz os riscos de depressão nesse público. Para chegar à conclusão, os cientistas acompanharam adolescentes durante um ano em relação à sensibilidade neural para os sentimentos de hedonia e eudaimonia.
Essas sensações foram nomeadas pelo filósofo Aristóteles, que indicou a hedonia como a busca pelo prazer — envolve, por exemplo, ouvir música ou comer um chocolate; e a eudaimonia como a busca por significados e propósitos — englobando, nesse caso, a disponibilidade para doar uma parte do tempo a outras pessoas. Nos jovens voluntários, percebeu-se que a ativação da hedonia indicou aumento de sintomas depressivos. A da eudaimonia, o efeito contrário. “As pessoas que sentem prazer por meio de atividades eudamônicas têm maior tendência de se engajar em atividades que as fazem se sentir valorizadas, o que aumenta a saúde mental delas”, explica Adriana Ganván, integrante do estudo.
Segundo a psicóloga Fernanda Guimarães, o interesse dos jovens em praticar boas ações normalmente surge com os exemplos de casa, que costuma ser o primeiro ambiente em que a pessoa compreende as relações sociais e se conhece.
Tainá Caldas, 15 anos, faz boas ações com a família. “Meu avô ajuda as pessoas, costuma dar cestas básicas. Meu pai doa dinheiro na maioria das vezes. Minha mãe e minhas primas me acompanham bastante ao instituto”, relata, referindo-se ao Instituto Vicky Tavares – Vida Positiva, que atende crianças e adolescentes portadores do HIV e seus familiares.
Diretora do Centro de Voluntariado do Distrito Federal, Olívia Volker ressalta que não é necessário se vincular a uma organização grande para praticar uma boa ação. “É só olhar para o lado e perceber que existe alguém precisando de ajuda, seja ela qual for”, ensina. Laís Brandão, 18 anos, prefere ajudar os grupos mais fragilizados, como as crianças. O interesse em ser voluntária partiu da época em que morava com a avó, que teve câncer e passou muito tempo no hospital. Quando a acompanhava, Laís percebia a diferença que fazia quando um grupo de voluntários visitava os pacientes. Acabou se juntando, há três anos, ao grupo Laços da Alegria.
“Eu era uma criança mimada, sequer comia pão do dia anterior. Mudei os meus conceitos e me tornei uma pessoa melhor. Procuro não menosprezar ninguém. Todo mundo sofre com alguma coisa na vida, nós nunca sabemos pelo que o outro passou naquele dia”, diz, vestida de palhaço, após uma visita à Abrace, entidade que presta assistência social a crianças e adolescentes com câncer e doenças do sangue.
Os 39 participantes responderam a questionários sobre sintomas depressivos e, depois, participaram de dois jogos. No primeiro, tinham que escolher entre ganhar dinheiro para eles e para a família deles. No outro, recebiam balões virtuais e eram premiados conforme os enchiam, o que demandava a relação entre tomar atitudes e assumir riscos. Por fim, eram submetidos a um escâner para o exame da parte do cérebro associada ao sentimento de prazer. O experimento foi repetido um ano depois.
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Fonte: http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2014/06/05/noticia_saudeplena,148896/pesquisadores-descobrem-que-boas-acoes-geram-bem-estar-mental.shtml
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