Médicos monitoram saúde mental dos pacientes com aplicativo
Já pensou ir em um médico e ele lhe prescrever o uso de um aplicativo? Isso já está acontecendo nos Estados Unidos, onde médicos estão recomendando aos pacientes o uso do app Ginger.io para auxiliar no diagnóstico e tratamento da saúde mental.
Conhecemos alguns apps que nos ajudam a cuidar de nossa saúde, mas nada como o Ginger.io. Essa ferramenta disponível para iOS e Android é capaz de traçar perfis psicológicos a partir do monitoramento de nossas atividades no smartphone. Assim como alguns apps no mercado, o Ginger.io percebe e registra nossos passos, locais e períodos que estamos parados ou nos movendo. Esses dados são usados para analisar nossa saúde mental. Basicamente, ele responde as perguntas que os médicos fazem sobre nossos hábitos diários, porém de forma muito mais certeira.
Quando uma pessoa está deprimida, por exemplo, o padrão de comportamento muda, afetando a vida social. O Ginger.io percebe essa mudança por meio do registro de troca de mensagens e ligações. Se há uma diminuição no contato social, isso pode ser sintoma de depressão, assim como a demora para reagir ao despertador, atender uma ligação ou verificar uma mensagem. Tudo isso é registrado pelo app tomando como referência o padrão normal de comportamento.
Os dados registrados pelo aplicativo são úteis para o diagnóstico do médico e também para o automonitoramento, visto que ele sinaliza ao usuário - e às pessoas cadastradas pelo usuário, como médicos, amigos e parentes - o que pode estar acontecendo e faz recomendações para que a pessoa altere esse comportamento irregular.
O Ginger.io vem ganhando a atenção de pesquisadores e médicos sendo cada vez mais aceito como uma ferramenta útil e interessante, mas há algumas questões que podem criar algum receio aos usuários. Para que o app funcione, é necessário que ele acesse e registre absolutamente todas as atividades e localizações do smartphone. Ou seja, é uma ferramenta, digamos, “invasiva”.
Outra questão é o risco que traz um autodiagnóstico, por exemplo. Isso por conta não só da automedicação, mas também por conta da interferência no comportamento individual. Ao tomar como verdade o que o Ginger.io sinaliza como tendência, o usuário pode criar preocupações desnecessárias e mudar comportamentos que não deveriam ser alterados. Por isso, é necessário deixar que um médico faça interpretação dos resultados fornecidos pelo app.
Sendo estudado e utilizado por mais de 25 universidades importantes e instituições de saúde nos Estados Unidos [link MIT], o Ginger.io se apresenta como um ótimo recurso tecnológico e que pode fazer a diferença no tratamento e até mesmo no automonitoramento das pessoas que possuem doenças ou transtornos mentais.
No entanto, aplicativos com essa função geram muita polêmica. Invasão de privacidade, autodiagnóstico e a interferência da tecnologia nas relações sociais são alguns dos pontos controversos apresentados pelos críticos. Quando falamos de medicina, é natural que um novo recurso receba críticas e seja alvo de discussões. Afinal, é uma ciência que lida com a vida humana. O mais importante é entender que apps como o Ginger.io representam um avanço e nos mostram o que podemos esperar do futuro.
Fonte: http://www.agenciabamboo.com.br/blog/tendencias/gingerio-o-app-que-monitora-sua-saude-mental
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