Como estimular a curiosidade para impulsionar sua carreira
As empresas costumam enfatizar muitas das mesmas características quando consideram candidatos a vagas de emprego. Experiência conta muito, assim como honestidade, persistência, criatividade e inteligência. Mas uma característica que às vezes passa em branco é a curiosidade – e as pesquisas mostram que ela é absolutamente essencial para o sucesso no trabalho.
O chamado “quociente de curiosidade”, ou QC, tem a ver com a fome de conhecimento da pessoa, explica Tomas Chamorro-Premuzic no blog da Harvard Business Review. “Pessoas com QC alto fazem mais perguntas e estão mais abertas a novas experiências. Elas se empolgam com as novidades e ficam entediadas com a rotina. Tendem a gerar ideias originais e não são conformistas.”
Segundo a revista Psychology Today, um estudo de 2011 mostrou que a curiosidade e a consciência são mais importantes que a inteligência para prever o sucesso profissional. Em algumas carreiras, a curiosidade é um músculo que precisa ser constantemente exercitado. Na Utilidade do Dia, cinco mestres de suas áreas de atuação contam quais as qualidades que ajudam os curiosos a se manterem curiosos, ano após ano:
Eles olham para outros tipos de negócios
A Dogfish Head é considerada uma das cervejarias mais arrojadas e inovadoras do mundo (um perfil de 2008 da New Yorker chamou a empresa de “mascote” do movimento das cervejarias artesanais “rebeldes”), e a curiosidade é uma parte essencial da companhia, diz o fundador, Sam Calagione. “A razão de ser da nossa empresa é essa missão de explorar e trabalhar além das fronteiras estilísticas de uma indústria dominada por categorias militantes – lagers alemãs, pale ales inglesas”, disse ele. “Sempre tentamos abordar as novas receitas com a seguinte mentalidade: ‘Vamos fazer algo que nunca tenhamos feito antes’.”
Calagione é um leitor voraz, mas ele abre mão das publicações sobre cervejas. Prefere revistas de arte, arquitetura, música e interesse geral. Ele busca inspiração nos mundos da música, da pintura e da escultura, e até mesmo na produção de queijos artesanais ou na torrefação de café.
Eles mergulham fundo em suas paixões
Quem estuda biblioteconomia vai trabalhar em bibliotecas, arquivos históricos e museus – instituições baseadas e dedicadas a saciar a curiosidade intelectual.
Craig McDonald, professor assistente da escola de informação e biblioteconomia do Pratt Institute, acredita que um senso nato de curiosidade é o que move seus alunos. Mas existem estratégias para incentivar essa curiosidade. “O denominador comum parece ser encontrar as coisas que te apaixonam e mergulhar nelas, até achar que aprendeu tudo o que era possível”, diz ele. “Esse processo pode tomar várias formas – ler, pesquisar, viajar, falar com as pessoas etc. –, mas, no fundo, sempre se trata de satisfazer um desejo pessoal de aprendizado.”
Eles afiam o pensamento crítico todos os dias
Sanjay Goel – diretor de pesquisa do Centro de Informação NYS de Perícia e Garantias e um especialista em perícias digitais relacionadas à privacidade, à segurança e aos cibercrimes – compara seu campo de atuação a um trabalho de detetive, “cavando cada vez mais fundo nos dados para entender as coisas. Acho que a curiosidade pode ser inculcada por meio da solução de problemas”, explica ele.
Os programas que Goel supervisiona costumam ter “acampamentos” de pensamento crítico. Os alunos recebem diversos problemas e quebra-cabeças para resolver, além de casos para discutir e analisar. A ideia é que eles aprendam a pensar de forma independente, sistemática e analítica.
Mas qualquer pessoa que queira cultivar a curiosidade pode fazê-lo, concentrando-se em habilidades de pensamento crítico. Jogos e quebra-cabeças ajudam a desenvolver essas habilidades, diz Goel. “A internet está cheia de quebra-cabeças; experimente fazer palavras-cruzadas. Eles [os quebra-cabeças] expandem a mente de várias maneiras e ajudam a pensar criticamente.”
Elas mudam de perspectiva... literalmente
A aparência de um objeto tridimensional quando exibido em duas dimensões é uma das questões que levam os fotógrafos a escolherem sua profissão e o que os leva a observar o mundo de perspectivas diferentes, diz Steve Bliss, reitor da Escola de Belas Artes do Savannah College of Art and Design e também fotógrafo. “Tenho curiosidade de saber como as coisas vão parecer quando fotografadas, mas também tento ser original e criativo ao olhar para elas”, diz ele. Mudar de perspectiva e perguntar-se que aparência as coisas terão dependendo da luz ou das lentes usadas – tudo faz parte dessa curiosidade.
Mas a estratégia de Bliss pode ser levada ao pé da letra. Você se sente empacado ou sem inspiração? Faça um esforço para olhar o problema de ângulos diferentes. Bliss se dedica a projetos de longo prazo (como fotografar paisagens, por exemplo), que mudam periodicamente. Buscar um novo assunto, assim como mudar o ângulo da câmera, ajuda-o a se manter renovado, curioso e inspirado.
Eles estão à vontade quando estão pouco à vontade
“A curiosidade, eu diria, é o maior motor de quem trabalha nesse campo... ela é crítica para o que fazemos no nosso dia-a-dia de exploradores”, diz Jekan Thanga, professor assistente de sistemas espaciais da Escola de Exploração Terrestre e Espacial da ASU.
A curiosidade é essencial na ciência e na engenharia e é a força por trás da inovação, das novas pesquisas e do desenvolvimento. A chave para manter o senso de curiosidade é constantemente aprender coisas novas. Mas a busca do conhecimento não garante encontrar respostas, alerta Thanga, muito menos a resposta. “Um dos grandes desafios é justamente ter de lidar com perguntas sem resposta”, afirma ele. “Muitos se frustram e desistem. Mas eu acho que a persistência é essencial, por menores que sejam suas chances.”
Em outras palavras, as pessoas curiosas não precisam de todas as respostas agora. Em vez disso, elas aceitam e até têm prazer de conviver com as incertezas que fazem parte da exploração intelectual.
Fonte: http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/5-dicas-para-estimular-a-curiosidade-por-quem-vive-dela
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